sexta-feira, 11 de abril de 2014

Reflexão




     Estava eu ​​a promover, mudanças profundas de vida, em meio a medos, incertezas ...
    Certo ou errado?
    Crenças ...
    Dia movimentado, atitude, firmeza, decisão, grande passo dado, em direção de mim mesmo.
    A volta pra casa, minha casa, meu templo: Eu.
    Cabeça no travesseiro, sono de descanso, refazimento tão esperado.
    Consciência adormecida, e continuava a fazer mudança.
    Mexendo, remexendo, em tudo que há aqui dentro dessa casa, coisas tão antigas que já nem tinha lembrança de estarem ali.
    Pessoas em afinidade com o momento se faziam presente,a ajudar, haviam também os não afins cumprindo uma finalidade.       Tudo bem.
    De repente um estrondo, olho pela porta ao chão e vejo um mar de águas que avança inundando tudo pela frente, imediatamente, levanto o olhar e anuncio com espanto, onda gigante que vem  alta em velocidade, todos os presentes afins      não afins, tentam salvar-se de algo tão maior, que vindo dessa forma repentina causa medo desespero sem distinção.
    Três passos dados todos tentam correr, pra fora, pra longe, não dá tempo, todos chegam à conclusão de que é melhor voltar ficar ali dentro, ao menos há em que segurar, apoiar, tentar proteger-se dentro há esperança de sustentação.
    Tudo fração de segundos e o turbilhão de águas alcança tudo, todos, sinto toda aquela água tomar conta de todo o espaço, até aquele momento éramos muitos, divididos entre crenças, opiniões, afinidades, religiões, agora unidos numa tentativa única de salvamento.
    Pude sentir meu corpo submerso em águas e nesse momento não havia mais os outros era apenas eu, tudo ficou sereno tranquilo, a respiração era profunda e calma, podia sentir plenamente o meu respirar ...
    Por um momento questionei, se estou submersa devo estar me afogando, por que não estou sofrendo, onde estão as dores e o desespero? 
    Continuei tranquila a sentir serena e profundamente cada instante de respiração.  
    Por um momento senti que estava me desligando de todos aqueles acontecimentos, num processo de transição, passagem ou morte .
    A sensação de que podia despertar em outro lugar, de outra forma, tudo em  harmonia, pra mim.
    Não tenho como relatar aqui como foi para os outros presentes, tal experiência ,não sei dizer o que sentiram ,ou  passaram, quais as suas sensações, nesse momento não havia elo algum, nenhum contato, sei apenas o que eu Senti.
    Lentamente fui abrindo os olhos, perguntei-me, será que ainda estou aqui?
   Olhei ao redor, pude ver que estava em meu quarto, mexi os meus pés e senti minha cama, mexi a cabeça e pude sentir meu travesseiro.
    Ufa ainda estou viva!
    Ainda podia sentir a umidade, o frescor, em minhas narinas, como se respirasse neblina orvalhada, e mais uma vez respirei profundamente, sentindo-me limpa, renovada, leve, em paz.
    Essa natureza de força assustadora, devastadora, é também  de beleza e amor, tudo tem pra dar, no amor ou na dor.
    Pode unir e também separar, no momento em que, inevitavelmente, todo ser, cada um por si , responderá.
    A si, de si, por si, pra si.         

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