terça-feira, 15 de abril de 2014

Trilha Livre





Alma intensa plena de liberdade
Inútil tentar prende-la com regras e convenções
Conceitos pré estabelecidos ou velhos dogmas ditados 
Ela de essência livre como é 
Sempre dará um jeito de driblar os estorvos da imposição
E achar uma saída nesse labirinto 
De ilusões, crenças tao mutáveis, passíveis de evolução Expansão
Proporcionando aprendizado, desbravando consciências
Transcendendo limites de senso comum 
Ironizando com classe a rigidez e a dureza
Sempre empenhadas em estagnar o processo de movimento
Da tão temida mudança
 Que vem desafiando a coragem
 Faz uma bagunça danada
  Mexe remexe
Até as entranhas
Do que aparente e comodamente 
Está no lugar arrumadinho parado definitivo
E tudo é movimento ...
Transtorno de lucidez ... Reação de vida ...
Voltar a ser ...
 Início ... Essência ... Principio ...
 Origem ... Comeco ... Recomeço ...
Fecha um ciclo abre-se outro 
Novo ciclo ... Novo amanhecer ...
Nova bagagem ... Novo caminho ...
Nem Sempre o caminho aceitável e aplaudido da massa 
Multidão
Quem sabe o caminho incompreendido 
E até vezes solitário
Mas repleto em plenitude 
Inteiro ... 
Lindo e florido
 Por ser uno Único 
Trilha interior ... 
Caminho da alma.  



domingo, 13 de abril de 2014

Direção



Meu caminho
 Não é o caminho da massa
E apenas e tão somente
O Meu caminho  

Brilho




Felicidade encontrada
Pequeno Grão de Areia
Reluzindo incandescente
Gesto leve de amor
Encontro de Dentro
Abraço na alma



sábado, 12 de abril de 2014

Caminhar




É preciso coragem
Quando a vida se apresenta a mudar o caminho
Fazendo sentir que a felicidade 
Nem sempre 
Está no caminho da multidão
Que caminhar aparentemente só 
Nem sempre significa estar realmente 
Sozinho 
E que trilhar o caminho da multidão 
Pode trazer dor e solidão
Se este não for o  caminho 
Sentido e escolhido 
Pelo Coração 
Porta voz da alma
Única plena inteligente Inteira individual.


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Reflexão




     Estava eu ​​a promover, mudanças profundas de vida, em meio a medos, incertezas ...
    Certo ou errado?
    Crenças ...
    Dia movimentado, atitude, firmeza, decisão, grande passo dado, em direção de mim mesmo.
    A volta pra casa, minha casa, meu templo: Eu.
    Cabeça no travesseiro, sono de descanso, refazimento tão esperado.
    Consciência adormecida, e continuava a fazer mudança.
    Mexendo, remexendo, em tudo que há aqui dentro dessa casa, coisas tão antigas que já nem tinha lembrança de estarem ali.
    Pessoas em afinidade com o momento se faziam presente,a ajudar, haviam também os não afins cumprindo uma finalidade.       Tudo bem.
    De repente um estrondo, olho pela porta ao chão e vejo um mar de águas que avança inundando tudo pela frente, imediatamente, levanto o olhar e anuncio com espanto, onda gigante que vem  alta em velocidade, todos os presentes afins      não afins, tentam salvar-se de algo tão maior, que vindo dessa forma repentina causa medo desespero sem distinção.
    Três passos dados todos tentam correr, pra fora, pra longe, não dá tempo, todos chegam à conclusão de que é melhor voltar ficar ali dentro, ao menos há em que segurar, apoiar, tentar proteger-se dentro há esperança de sustentação.
    Tudo fração de segundos e o turbilhão de águas alcança tudo, todos, sinto toda aquela água tomar conta de todo o espaço, até aquele momento éramos muitos, divididos entre crenças, opiniões, afinidades, religiões, agora unidos numa tentativa única de salvamento.
    Pude sentir meu corpo submerso em águas e nesse momento não havia mais os outros era apenas eu, tudo ficou sereno tranquilo, a respiração era profunda e calma, podia sentir plenamente o meu respirar ...
    Por um momento questionei, se estou submersa devo estar me afogando, por que não estou sofrendo, onde estão as dores e o desespero? 
    Continuei tranquila a sentir serena e profundamente cada instante de respiração.  
    Por um momento senti que estava me desligando de todos aqueles acontecimentos, num processo de transição, passagem ou morte .
    A sensação de que podia despertar em outro lugar, de outra forma, tudo em  harmonia, pra mim.
    Não tenho como relatar aqui como foi para os outros presentes, tal experiência ,não sei dizer o que sentiram ,ou  passaram, quais as suas sensações, nesse momento não havia elo algum, nenhum contato, sei apenas o que eu Senti.
    Lentamente fui abrindo os olhos, perguntei-me, será que ainda estou aqui?
   Olhei ao redor, pude ver que estava em meu quarto, mexi os meus pés e senti minha cama, mexi a cabeça e pude sentir meu travesseiro.
    Ufa ainda estou viva!
    Ainda podia sentir a umidade, o frescor, em minhas narinas, como se respirasse neblina orvalhada, e mais uma vez respirei profundamente, sentindo-me limpa, renovada, leve, em paz.
    Essa natureza de força assustadora, devastadora, é também  de beleza e amor, tudo tem pra dar, no amor ou na dor.
    Pode unir e também separar, no momento em que, inevitavelmente, todo ser, cada um por si , responderá.
    A si, de si, por si, pra si.         

quinta-feira, 13 de março de 2014

Alma



    Planta viva desabrochava
    De Padrões e imposições regada
    De obediência e regras alimentada
    A sobreviver intensamente carregada
   
    Desilusões e decepções dor amargava
    Preservava guardada no íntimo escondido
    Dose supra de força e querer poder instinto
    Grilhões e correntes soltas já não mais amarra
   
    Rompem-se ante a beleza de ser em liberdade
    Contraria leve em inocência a imperiosa maldade  
    Busca íntegra e contínua de caminho e identidade
    Desmistifica desmascara em quebra  falsa lealdade 

    Nas entranhas escondida envenenava corrompia
    Exagero de agonia contorcendo em dor ferida fazia 
    Impedindo valsejar exuberante da diva deusa alegria
    Agora a reinar absoluta traz em sua valiosa companhia 
   
    Força e esperança firmeza liberdade fluindo em harmonia  


    
   

terça-feira, 11 de março de 2014

Espera















    Oh! Luz da madrugada!
    Tão serena ...Tão amarga!
    Clareira na escuridão
    Contrapõe em agonia 
    Um sofrido coração


    Neblina que cobre a dor
    Contemporiza esse pavor
    Acalma essa chama em labor
    A queimar provocando ardor  

    Soluço engasgado reprimido

    Sufoca esmagando peito partido
    Valente feroz animal destemido
    Em jaula enquadrado sangra ferido
    
    Anseia que haja ouvir seu gemido
    De silêncio solidão abandono estampido
    Em mágoa decepção severamente punido
    Buscando a seu modo o brilho perdido

    Ei! Luz que ilumina este sentido

    Desperta em coragem querer repentino
    Alegra-te e faça alegrar o ser de teu destino
    Olhar de encontro olhos da alma abraço indefinido     

segunda-feira, 10 de março de 2014

Sentir

    


    Sentir colorido intenso de energia
    Sentir inteiro frescor vigor e força  
    Sentir a luz que de dentro irradia
    Sentir a alma vibrar leve e solta

    Sentir fluir correr  flutuar em alegria
    Desapego desgarrar o que traz agonia
    Balanço movimento desprendimento
    Coragem liberdade renascimento 

    Força majestosa asas a voar
    Bate rebate abrange alcança
    Mexe remexe vira balança
    Vermelho sangue vivo pulsar

    Grito imperioso solto da garganta
    Sinfonia em  melodia viva esperança 
    Ousado intrigante o velho se faz criança
    Sabedoria brinca muda os passos da dança 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Ventania

  


    V  oraz, veloz, força transcendente violeta, transmutando
    E  xortando inspirado, poeira acumulada, aspirando
    N o reflexo pungente de corpos amedrontados, pairando
    T alentoso leve sopro, velhas feridas amargas, curando
    A ssim, sucinto, viril, suntuoso, novo começo, incitando
   avio em alto mar, proa, popa, haste, capitão velejando
    I ncessante astucioso ventar de sabedoria, palpitando
   gora, outrora, ruidoso, brando passa assoviando. 

"Se um homem não sabe a que ponto se dirige, nenhum vento lhe será favorável"


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mudança



Mudança de rumo
Mudando a direção
Mudar; aceito assumo
Segurança firmeza decisão

Mudança bambeia balança
Mudar; desordem que se Inicia
Mudando de ritmo velha dança
Passo compasso enredo melodia

Mudança reforma íntima anunciada
Mudando conceitos padrões estabelecidos
Mudar; nada fácil pássaro revoada
Buscar viver conhecer ... Desconhecido

Mudança verdadeira em senda de luz
Mudar; reconhecer-se, assumir-se em poder
Mudando comando seu caminho conduz
Serenidade brilho alma a florescer

Mudar; curar limpar revigorar ... Saúde
Mudando, de dentro ascender ... Paz
Mudança, pleno resplandecer ... Amor
Força integrada, conquistas ... Prosperidade


  

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Amanhecer

 


    A  lvorada ensolarada de luz
    M  anhã em êxtase de brilho reluz
    A  cordando a aurora majestosa
    N  obre, rara, beleza valiosa
    H  oje, agora, o momento a enaltecer
    E  nchendo de esplendor e magia o viver
    C  ontentamento irradia desabrocha em flor
    E  sperança, alegria, cultivada com labor
    R  enasce incessante, fonte infinda de amor.  
    

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Inspiração



Acordar 
Sentir o corpo pulsando  
Em forma de vida...
Sentida vivida...
Sol que se apresenta
Por entre nuvens cheias
Reflexos que se misturam
Às últimas gotas da chuva
Que antecedeu o presente momento
Orvalho cobrindo flores e folhas
Ainda a molhar a terra
Firme , acolhedora, mãe...
Que alimenta de bom grado
Todos os seus filhos
Sem distinção; Raça, religião...
Pássaros voam o encanto da liberdade
Entoam o canto da alegria
O ar em brisa fresca e leve
Completa perfeita harmonia
Poder escolher a direção do próprio caminho
Ouvir a voz da consciência; razão, emoção...
Viver...
Pensar, sentir, existir!
Estar vivo! Aqui, Agora!
Inspiração maior...
Princípio da inspiração!
Nascente, torrente
Dádiva fonte
Viva !
Em inspiração!

    

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Abraço de Lua



Ouço tilintando
Sussurros de encanto
Vibrante aos ouvidos
Sentidos expandidos
Aspira forte o pranto
Abraço de acalanto

Reluzindo sentido
Brilho  perdido
Há muito procurado
Agora encontrado
Acalento sistino
Doce vespertino

Brado de alegria
Entoado alivia
Brisa solta leve a tocar
Onda de amor a flutuar
Pairando no ar, é magia
Destoa extermina agonia

Lua cheia de calma
Ouve os anseios acalma
Busca intensa de encontrar
Conquista tão almejada
Reunir juntar integrar
Pedaços esparsos de uma alma.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Ser Criança


















Estágio ser criança ...
Consciência adormecida
Tempo guarda lembrança
Conquistas e perdas vividas
Agora jaz esquecida
Um sopro de esperança

Memória enternecida
Início de nova dança
Na roda viva da vida
Vive a brincar de ciranda
Passo a passo vida brinca
Cresce caminha avança

Fluir de alegria e leveza
Vive pulsar de natureza
Espontaneidade indelicadeza
Transmitida em rara beleza
Simplicidade é grandeza
Essência de pura pureza

Vive hoje aqui agora
Irritado esperneia e chora
Já passou acabou foi embora
Novo querer nova aurora
Segundo a segundo hora a hora
Passado não volta amanhã demora

Vida menina levada a correr
Criança seja eterna a crescer
Livre em sorrisos a cada alvorecer
Tempo passado corpo a envelhecer
Ciclo concluído fim de entardecer
Alma crescida... Criança torna a ser! 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Melhor



Melhor nasce novo dia
Chance única de recomeçar
Melhor viver de alegria
Reagir sonhar realizar

Melhor é sempre melhor
Sentido puramente positivo
Melhor sorrir amar celebrar
Dádiva divina de estar vivo

Melhor nascer crescer aprender
Na escola vida tudo é lição
Melhor ir além que retroceder
De dentro é que vem a direção

Melhor dar a mão a você
Ficar bem é fazer as pazes contigo
Melhor entender de uma vez
Você sempre será seu melhor amigo

Melhor ficar no seu melhor
Sentir o que vem de dentro
Sem esquecer de olhar ao redor
Integrar-se a esse movimento
Certeza de nunca estar só
Viver a beleza de cada momento

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Dualidade





Reverencio o feminino
Leve frágil sensível sutil
Integrado ao masculino
Forte rijo arrojado viril

Fugindo a estereótipo 
Preconceito cultural 
Ser: Masculino feminino 
Equilíbrio transcendental 

Feminino a intuição 
Traz à luz a direção 
Masculino força ação 
Poder de realização 

Um ser dois lados de vibração 
Motivo e ação gera motivação 
Alavanca de energia em propulsão 
Movimento, vermelho, coração 

Esquenta aumenta é fomento 
Inflar de regozijo e completude 
Integrar duas forças de comando 
Sentir,intuir,fluir;Produzir atitude 

Gratidão velada 
Revelada em amplitude 
Encontro de dois em um 
Completa magnitude 
Favorável conspira o universo 
Grandeza beleza infinitude... 




quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Reverso 'parte final'



   E o tempo  continua passando...
   E sabe ser severo, com aqueles que o perdem, ou deixam passar uma oportunidade, que sempre o acompanha.
   O tempo... que sempre traz consigo, uma chance de aprendizado e crescimento, de avançar na evolução, e muitas vezes, se escolhe cair no abismo da ignorância, da inércia, do egoísmo absoluto e mergulhar no escuro do vazio que criam em sua própria alma.
   Transformam uma essência pura ou que poderia estar sendo purificada todo o tempo em uma mistura de sentimentos, ações, pensamentos profanos e contrários à lei universal do amor, da caridade, do altruísmo, que poderia ser prática constante do ser, que muitas vezes se perde no direito de escolha, no direito do livre arbítrio, pendendo para suas fraquezas, cedendo, muitas vezes sem contestar ao instinto rebelde, maculado, que fora acumulando pelas mesmas escolhas ao longo de várias existências, tornando cada vez maior o desafio de retornar ao seu estado natural, ser de luz e de pureza, aumentando suas dívidas cármicas, pendências com o semelhante, que nada mais é do que pendencia consigo mesmo, cada um que já foi prejudicado ou prejudicou, assim segue a linha da vida.
   Nosso irmão, ficou por muito tempo naquele hospital espiritual, sua recuperação seria lenta pois talvez assim tivesse tempo de perceber, o quanto havia se jogado em direção à decadência, teria que aprender a amar seu corpo, o mesmo que num momento de loucura tinha destruído.
   Aprender a amar a si mesmo, teria que aprender a amar...
   Desejar com intensidade e paciência o retorno de cada movimento para quando diante de uma nova oportunidade, depois de vasto e profundo tempo de sofrimento que criou, conquistar a força, para resistir através do amor, ao ímpeto ao impulso do instinto que esse espírito adquiriu em seu interior, no decorrer de tantas encarnações incidindo nas mesmas escolhas.
   E que na próxima oportunidade, siga firme determinado, avante na conquista de sua luz de seu crescimento, sem retroceder ou ceder, caminhar os passos de sua evolução.
   Seu último movimento recuperado foi a fala, desejou intensamente, pedir perdão àquela que com zelo e desprendimento, cuidava de suas mazelas.
   Teria que aprender a valorizar o amor no sentido de sua forma mais pura, abnegada livre da posse exclusiva como um dia havia entendido, e que o levara a cometer tal ação.
   Tão contrária às leis que regem a vida.
   Em nome do que denominava amor, ceifou a vida de um semelhante, e a própria vida, tal ato ou escolha só poderia leva-lo ao nível de escuridão tão profunda que um ser em qualquer outra situação jamais conheceu...
   A moça, que na vida passada havia sido namorada de nosso irmão em referencia, ao desencarnar foi acolhida, realmente era espírito, pacifico generoso, foi tratada, recuperada e pouco tempo depois iniciou nova missão, novo caminho, em sua nova etapa de crescimento e evolução, ou sua nova vida, que como podemos ver, continua em algum lugar, e isso depende das escolhas, que tomamos ao longo de nossa existência, ela iniciou seu trabalho como socorrista, sempre cumprindo com desvelo as missões a ela atribuídas. 
   Depois já de muito tempo, foi transferida àquele hospital de dementados e suicidas, logo tomou conhecimento sobre a condição daquele que seria seu "malfeitor", teve permissão para ver o abismo trevoso  onde se encontrava, ao ver o estado miserável em que aquele ser sucumbiu, pediu permissão para que pudesse ajuda-lo a enxergar algo mais do que aquela terrível escuridão que o absorvia.
   Ele ainda não sabia, mais ela não era responsável apenas pelo tratamento diário, pelo alívio das dores monstruosas que sentia quando chegou ali, era ela a responsável pela chegada dele ali, quando resolveu oferecer-lhe ajuda, estendendo-lhe a mão, para tira-lo do abismo através do perdão, a absolvição pelo amor puro e verdadeiro.
   Durante muito tempo, o maior desejo de nosso irmão foi pedir perdão àquela jovem, e o que ele nem imaginava é que foi exatamente o  perdão e o amor desprendido por ela que o trouxe até ali que o ajudou a enxergar a luz na escuridão.
   O amor que ele traduzia em si até aquele momento, ou aquilo que acreditou ser amor, o levou à escuridão profunda.
   Mas foi o verdadeiro amor, o amor abnegado, sem interesse nem posse; 
   O amor do perdão que o regatou das trevas.

Meus agradecimentos à mentora:
Vera Lúcia Pimentel                  
                 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Reverso 'parte 2'

    

   Totalmente envolvido por essa onda de sentimentos, vi muito longe pequenina claridade, era pequeno foco, mais tinha muito brilho, e fixado naquele ponto de luz permaneci durante todo o tempo.
   Já queria sair dali, tinha medo de baixar o olhar e ao retornar não encontra-la mais , há muito não via nada que não fosse trevas, assim fiquei com aqueles sentimentos novos que agora experimentava, e que eram antes desconhecidos, quanto mais fitava aquele ponto de luz , mais aumentava meu desejo de alcança-la, o que haveria alem daquele lugar? 
   Seria uma porta? Uma saída? 
   Só existia uma forma de saber era chegando até lá mas como? 
   Não conseguia me locomover , andar ir de encontro, era apenas o desejo de que alguém me ouvisse, pudesse me conduzir,me levar mas como, estava perdido em algum lugar do meu ser longe de tudo e de todos , ninguém viria e eu ali ficaria eternamente..., entristecia, e assim passei a desejar aquele foco de luz cada vez com mais intensidade, mesmo tendo uma percepção da grande distancia que havia entre meu espaço, e aquele o da luz. 
   O que não percebi é que a minha vontade, o meu querer, me aproximava cada vez mais daquele ponto, daquilo que eu tanto queria.
   Até que lá estava finalmente! O clarão era muito forte para mim, precisava cobrir os olhos, mas não podia mexer as mãos , aquela luz me queimava, precisava me proteger, mas não conseguia me mexer, tudo em mim estava quebrado, e de mim saía apenas um ruído parecido com um grunhido de um animal acuado , machucado, senti como se algo parecido com um lençol foi jogado em cima de mim , diminuindo os reflexos e a intensidade  de tanta luz , que meu espírito entrevado não conseguia suportar.
   Agora conseguia ter melhor percepção das dores monstruosas que sentia , antes o sentimento de obsessão  era maior do que tudo, e quando esse se acentuou, havia criado uma resistência, acostumado a ser e estar assim, mas agora alguma coisa havia mudado o que seria ?
   Tinha agora alguma sensibilidade e as dores eram horríveis tanto quanto devia ser aquele meu estado, senti uma aplicação, algo como algum medicamento , só podia ser pois o alivio já podia sentir, e depois de muito , muito tempo, pude finalmente adormecer..."
   E assim fiquei,  por muito tempo, acolhido naquele lugar, sempre coberto, tinha alguém ali que  sempre vinha e me aplicava os cuidados e depois saía.
   Certa vez ao acordar pude perceber o que estava a minha volta, pude ver pela primeira vez o lugar em que já permanecia há tanto tempo. 
   Minha visão era muito turva, mas tinha alguma percepção visual, aquele lugar era como um hospital, que cuida, restaura, e cura o corpo espiritual, pude então experimentar  um sentimento já há muito esquecido, deixado para traz no tempo, perdido: A alegria.
   Percebi quando entrou alguém, o salão era grande havia outras camas e aquela pessoa passando, um a um até chegar a mim, quando consegui fixar os olhos, não podia acreditar no que achava que estava vendo, não podia ser , estaria tendo alucinações? 
   Aquelas alucinações, deveriam ser drogas muito fortes, e estava me afetando, queria gritar mas em mim não havia voz, fala, só aquele grunhido esquisito, e amedrontado, havia perdido todas as funções do corpo apenas a mente funcionava como se fosse, durante todo esse tempo, ligada sem interrupção a uma fonte que a abastecia, com pensamentos e lembranças.
    E novamente aquela moça, e outro dia, e de novo, e depois , e depois, não restava mais duvidas era ela, ela mesmo. 
   Aquela a quem ceifei a vida, estava ali, continuava serena, como em minhas lembranças seu olhar era terno, procurava para ver se encontrava algum rancor, ou algum sentimento parecido  afinal antecipei o fim de sua vida, era por minha causa que estava ali, mas a cada tempo, ainda mais ternura nos gestos, no olhar. 
   Ela cuidava de todos com dedicação, comigo não era diferente, não era a única que trabalhava ali, haviam outros cada um ministrava um tipo de tratamento, de restauração.
   Quando tive certeza que era ela que ali estava a cuidar de mim, tive muita vergonha, como queria poder falar, para pedir mil vezes o seu perdão, como queria ter os movimentos de meu corpo para jogar-me ao chão, e suplicar que me perdoasse, não era possível, fazia então o único movimento que me era possível; fechar os olhos, diante daquele ser que irradiava tanto amor, esperança, não me sentia digno de encara-la, não antes de me ajoelhar e humildemente pedir-lhe perdão pela minha insanidade egoísta.
   Quanta perda, quanta dor, quanto tempo, um momento de escuridão, no meu espírito ainda encarnado, e esta se perpetuou por longo período em minha existência .
   Minha mente está cada vez mais lúcida, gostaria de levantar desse leito, fazer o que ela faz, cuidar de tantos que chegam como eu cheguei...

   CONTINUA...
   Parte 'final'


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Reverso 'parte 1'

 

     Não são claros meus pensamentos, confuso o meu sentimento, ainda é madrugada, é trágica essa madrugada, será que nunca terá fim?
    É sempre escuro, dolorido, aterrorizante, a agonia toma conta de mim, sou sombra, sou escuridão.
    Já faz tanto tempo, não sei distinguir o que me tornei, por tanto tempo senti a falta dela, e me esgoelei, me contorcendo, me esmagando de dor, a dor de não te-la ali comigo, nem me importava a escuridão do meu ser se ela ali comigo estivesse.
    Quando  soltei de minhas mãos seu corpo ainda quente, porém já sem vida; ela seria minha e de mais ninguém, estaria com ela, iria encontra-la onde quer que fosse, saí correndo, louco, alucinado pulei do alto daquele edifício para encontra-la e encontrei a escuridão.
    Tudo bem está escuro! Mas onde ela está? Não a encontrei!
    Que desespero eu queria morrer, mas não era possível, pois eu já me encontrava nesta condição. 
    Só pensava em te-la ainda que fosse ali naquele abismo.
    Meu tormento nesse período não era a dor que revivi por tanto tempo, a sensação repetida de ter todos os ossos do corpo quebrados, era a obsessão. 
    Não te-la ali comigo sob meu domínio, meu jugo, o vazio era completo, a escuridão contínua, não havia ninguém ali, seria perfeito se ela estivesse comigo, só nós dois, me prendi nesse sentimento tanto tempo  sem perceber que estava enclausurado na minha própria escuridão, fui sendo consumido por mim mesmo.
    Muito tempo havia se passado e já não lembrava mais nada que não fosse aquela escuridão, senti medo de mim mesmo, tinha pavor de estar ali, não havia mais nada à minha volta, não  via nada só escuridão, vazio, um buraco sem fundo e a sensação de estar caindo todo o tempo. 
    Nesta fase já havia perdido a noção de quem  era ou havia sido, não tinha nenhum tipo de discernimento, certo ou errado, bom ou ruim, bem ou mal, nada, apenas o vazio escuro de mim mesmo..."
    E assim já esgotado, conformado por ter me tornado "aquilo", sozinho não teria forças para reagir, ficaria ali eternamente fadado a amargar para sempre a própria existência, mas em algum momento que não sei precisar, voltei a ter pensamentos, eram espasmos de memória, lembranças de um tempo que há muito havia se perdido. 
    Queria te-los a todo instante, afinal para quem estava mergulhado no mais absoluto breu, aqueles instantes que se abriam eram como um passatempo, se pudesse passaria a eternidade na distração dos devaneios, que tais lembranças me traziam. 
    Mas não era eu quem controlava, não vinha quando eu queria, e quando menos esperava, a lembrança de fatos ocorridos em tempo remoto... 
    Depois de algum tempo assim nessa condição, eu esperava esses momentos como uma criança que espera ganhar um doce, e muito tempo se passou...
    Certa vez, ao rever cenas de felicidade abundante; aquela moça...
    Vi logo em seguida imagens de lagrimas, muita dor, separação, desespero era somente meu! Era eu ali!
    Aquela moça estava sempre muito tranquila, e distante de mim, logo em seguida pude ver, havia mais alguém, estava muito ligado a ela era muita dor não podia suportar!
    Essas imagens que vinham como lembranças persistiram se repetindo até que um dia assustadoramente vi minhas mãos, apertando fortemente o pescoço daquela jovem, meus joelhos em cima de suas mãos espalmadas uma de cada lado, joguei todo o peso do meu corpo em minhas mãos e o resultado foi fatal pois a cena posterior era um corpo estendido.
    E por tempos fiquei ligado a esse acontecimento até que consegui enxergar qual foi meu próximo passo aquele que me levara até ali, que me proporcionara atingir tamanho nível de escuridão. 
    Antes não havia percebido, só o que percebia era sua falta, era não te-la comigo, e agora tanto tempo depois tinha contato com o que havia feito, com minhas ações e me remoí e chorei, mas a dor de agora era apenas remorso, culpa, era o peso de algo assemelhado à consciência, mas remorso apenas não era suficiente para abrir a fresta, o cubículo, por minúsculo que fosse de luz naquele universo de escuridão individual e particular, a minha cela, a prisão do meu ser em mim mesmo, e demorou até que eu conhecesse ou descobrisse a chave única que poderia me soltar, e esta não estava em lugar palpável não ao alcance de minhas mãos assassinas,estava em lugar intocável, tão perto e tão distante, essa chave era o arrependimento real, sincero e verdadeiro que custou até que eu o encontrasse, o desejo de reparar o mal feito.
    Antes na fase do remorso, só sabia me questionar, por que havia feito aquilo ? 
    O julgamento de que deveria permanecer ali, merecendo tudo aquilo que havia vivido e muito mais, tudo para aliviar a minha culpa.
    Mas depois com o arrependimento, se pudesse sair dali...
    Se pudesse ter outra chance, pedir perdão...
    Se pudesse compensar todo mal que fizera de alguma forma...

CONTINUA EM ...
Reverso 'parte 2'


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Renovação




Sonho que se sonhava
Encontro na imensidão
Distante se encontrava
Devaneios de ilusão

Viagem aventurosa
Cheia de forte emoção
Viver poesia e rosa
Soluço amargo de solidão

Ser intrigante buscava
Distante...Sublimação
Dentro de si tudo estava
Força amor atração

Portais ensolarados...
Tempo de renovação
Consciência iluminada
Revelando a direção

Aura em cores clareada
Dissipando a escuridão
Era luz anunciada
Pulsa leve o coração

Alcance deleite elevação
Intensa busca almejada
Harmoniosa conspiração
Aliviada respira a alma...



sábado, 8 de fevereiro de 2014

Existir



Existir



Fagulha de luz brilho latente

Semente que se faz germinar
Erros e acertos frequentes
Força que ajuda continuar

Segue em passos espalmados
Busca encontrar um caminho
Por vezes tão desanimado
Pensando achando estar sozinho

Encontros desencontros vai-vem
Subidas e descida curvas torta
Além do horizonte sempre tem
Esperança luz no túnel uma porta

Que abre e fecha sem cessar
Luzindo interna chama brilhando
A espera de que venha adentrar
Tomar posse do que vem procurando

Horizonte que parece distante
Engana o olhar do aspirante
No interior é que jorra a fonte
De força luz poder incessante

Existir viver ser estar
Elo divino a fluir, pulsar
Feito à imagem e perfeição
Inspiração maior em criação

Sou tudo de melhor que há no universo.
Penso, sinto, existo.
Sou dona do meu universo.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Rebeldia 'parte final'


   Fiquei por muito tempo, estancado no mesmo lugar, não pude ver quando a luz do arrependimento brilhou naquele lugar.
   Ali bem próximo de mim, algo tão belo aconteceu, um clarão acolhedor, resgatou aquele ser, que clamava por perdão e eu nem pude perceber.
   Ao ver que estava sozinho, em companhia da bala em meu peito, o vazio me ensurdecia, eu queria uma explicação, alguém pode me ouvir, a vitima aqui sou eu, alucinado esbravejava, não conseguia compreender, socorreram meu assassino e vão me deixar morrer.
   Não quis em nenhum momento aceitar minha condição, morto já há muito tempo, porém não tinha aceitação.
   Na ira e rebeldia me arrastei por longo tempo, indignado, era muita dor em mim, abandonado me senti, totalmente sem forças desmoronei ao chão, caí em sono profundo, adormecido, por muito tempo, permaneci.
   Ao acordar ainda no mesmo lugar, tinha à minha volta um clarão que me era familiar, por muitas vezes aquela luz visitou aquele lugar.
   Antes para mim um breve reflexo fundido à escuridão, que não dei importância alguma nem me chamou a atenção.
   Meus amigos um a um foram sendo resgatados, ao aceitarem sua condição, todos eles foram tratados.
   Agora em minha frente o clarão se repetia, em pé diante de mim, eram braços que se estendiam.

   Um instante de lucidez e eu pude reconhecer, aquele casal... Também foram socorridos! Só eu fiquei a sofrer... Seguraram em minha mão, e ouvi o som terno da voz suave a dizer “aqui estamos viemos te socorrer”.
   Fui levado a um hospital, onde fui acolhido por amigos, que vibravam e me envolviam em amor, iniciado tratamento prolongado, pois meu estado de rebeldia ainda se perpetuava.
   Muito tempo ainda se passou, até que conseguisse entender, e aceitar que estava presente naquele dia fatídico e que todos os envolvidos inclusive eu teve de forma rápida seu desligamento, passagem ou morte como queiram.
   E que cada um foi resgatado, à medida da aceitação à sua nova condição, à abertura que deram ao conhecimento dos fatos.
   E que por puro apego à vida terrena, vida que hoje sei era passageira, mais ali naquele momento não quis aceitar, por apego escolhi, reviver aquele momento por muitas vezes, na ilusão de que iria dormir, e ao acordar tudo seria diferente, e como não podia deixar de ser o fato se repetia, e nessa ilusão permanecia, até que um pranto de arrependimento, me tocou, mesmo que eu não percebesse, me permitiu ter consciência parcial do estado em que me encontrava.
   Muito trabalho ainda à frente, a partir daquele momento, corrente de perdão e amor, força que iluminou a dor, a “vítima” amou o “algoz” que ao sentir esse amor, clamou por perdão, que refletiu e clareou, aquele outro que também “vitima” se tornou, e na escuridão navegou, mas agora se libertou.
   E assim flui o amor, em sua forma mais pura, não há vitima e nem algoz,todos somos aprendizes, frequentando a mesma escola, na dor, no amor, no espinho ou na flor, na alegria, na lágrima...
   Não somos filhos do acaso, temos rumo certo direção a seguir, quando um ciclo se fecha outro se inicia, vida é morte, morte é vida, apenas transição estágios de conquista, no aprimoramento do divino, partícula contida, muitas vezes escondida, mas presente em cada ser.

Meus Agradecimentos a Mentora,
Vera Lúcia Pimentel.