segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Um conto... Encontro

                                 










    
      Vagava eu em dia escuro,
      Sem ter uma direção;
      Encontrei lugar seguro,
      Abrigo e proteção.
      Não foi rápido nem foi fácil,
      Relutei enquanto podia;
      Chorava, gritava, me debatia, 
      À essa mão que se estendia.
      O tempo passava, 
      O sofrer aumentava;
      Surdo e cego não podia ver;
      Que havia alguém 
      Que tanto me amava.
      Egoísta e orgulhoso,
      Compenetrado apenas em mim;
      Não avistava o horizonte,
      Nem a aurora brilhante;
      Que despertava atrás dos montes;
      Daquele espaço sem fim.
      Quanta dor eu provoquei, 
      Naqueles em que amei;
      Só sorri eu não chorei, 
      Nas terras por onde andei.
      Espalhei a amargura, 
      Pois o amor que eu sentia,
      Era egoísta e vão;
      Era vazio meu pensamento, 
      Fútil o meu sentimento;
      Não quis em nenhum momento;
      Raiz pro meu coração.
      Assim vivi encarnado,
     Desfrutando as coisas desse mundo;
     Viajei, sorri, gozei;
     Como um real vagabundo.
     Tolo engrandecido,
     Vivi envaidecido;
     Não me permitia ver, 
     Que estava adormecido.
     Tanto tempo passou, 
     E a minha hora chegou;
     Para a matéria rápido e indolor, 
     Pois o coração logo parou.
     Acordei muito espantado,
     Sem saber o que aconteceu;
     De um momento para outro,
     Ninguém mais me reconheceu.
     Tentei ter companhia, 
     Nos lugares que outrora ia;
     Só aumentava a minha agonia, 
     Pois ninguém me percebia.
     Por muito tempo vaguei,
     Sofri, corri, chorei;
     Estava fechado pra aprender, 
     Que fora tudo que plantei.
     E naquele caminho escuro,
     Que não tinha rumo certo;
     Pude ver algo que brilhava, 
     Só não sentia que estava perto.
     Revoltado seguia ainda sem destino;
     Chorava, gritava, berrava, 
     Sem saber que era ouvido.
     Longo tempo depois, 
     Deparei me com um clarão;
     Que estava ali o tempo todo,
     Mais eu não tinha prestado atenção.
     Envergonhado joguei me ao chão, 
     Prostrado permaneci;
     Fui erguido com doçura, 
     Levado com brandura;
     À uma sala de cura,
     Onde adormeci.
     Várias vezes retornei, 
     À essa mesma sala;
     E aprendi que o amor, 
     É mesmo joia rara.
     Hoje estou consciente, 
     Do caminho que quero seguir;
     Busco paz, luz, amor, 
     E a evolução porvir;
     Sou grato aos mentores,
     Que me trouxeram aqui;
     Ajudando-me a despertar
     Para o Amor maior
     Partícula divina
     Que pulsa em mim.
    



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