quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Reverso 'parte final'



   E o tempo  continua passando...
   E sabe ser severo, com aqueles que o perdem, ou deixam passar uma oportunidade, que sempre o acompanha.
   O tempo... que sempre traz consigo, uma chance de aprendizado e crescimento, de avançar na evolução, e muitas vezes, se escolhe cair no abismo da ignorância, da inércia, do egoísmo absoluto e mergulhar no escuro do vazio que criam em sua própria alma.
   Transformam uma essência pura ou que poderia estar sendo purificada todo o tempo em uma mistura de sentimentos, ações, pensamentos profanos e contrários à lei universal do amor, da caridade, do altruísmo, que poderia ser prática constante do ser, que muitas vezes se perde no direito de escolha, no direito do livre arbítrio, pendendo para suas fraquezas, cedendo, muitas vezes sem contestar ao instinto rebelde, maculado, que fora acumulando pelas mesmas escolhas ao longo de várias existências, tornando cada vez maior o desafio de retornar ao seu estado natural, ser de luz e de pureza, aumentando suas dívidas cármicas, pendências com o semelhante, que nada mais é do que pendencia consigo mesmo, cada um que já foi prejudicado ou prejudicou, assim segue a linha da vida.
   Nosso irmão, ficou por muito tempo naquele hospital espiritual, sua recuperação seria lenta pois talvez assim tivesse tempo de perceber, o quanto havia se jogado em direção à decadência, teria que aprender a amar seu corpo, o mesmo que num momento de loucura tinha destruído.
   Aprender a amar a si mesmo, teria que aprender a amar...
   Desejar com intensidade e paciência o retorno de cada movimento para quando diante de uma nova oportunidade, depois de vasto e profundo tempo de sofrimento que criou, conquistar a força, para resistir através do amor, ao ímpeto ao impulso do instinto que esse espírito adquiriu em seu interior, no decorrer de tantas encarnações incidindo nas mesmas escolhas.
   E que na próxima oportunidade, siga firme determinado, avante na conquista de sua luz de seu crescimento, sem retroceder ou ceder, caminhar os passos de sua evolução.
   Seu último movimento recuperado foi a fala, desejou intensamente, pedir perdão àquela que com zelo e desprendimento, cuidava de suas mazelas.
   Teria que aprender a valorizar o amor no sentido de sua forma mais pura, abnegada livre da posse exclusiva como um dia havia entendido, e que o levara a cometer tal ação.
   Tão contrária às leis que regem a vida.
   Em nome do que denominava amor, ceifou a vida de um semelhante, e a própria vida, tal ato ou escolha só poderia leva-lo ao nível de escuridão tão profunda que um ser em qualquer outra situação jamais conheceu...
   A moça, que na vida passada havia sido namorada de nosso irmão em referencia, ao desencarnar foi acolhida, realmente era espírito, pacifico generoso, foi tratada, recuperada e pouco tempo depois iniciou nova missão, novo caminho, em sua nova etapa de crescimento e evolução, ou sua nova vida, que como podemos ver, continua em algum lugar, e isso depende das escolhas, que tomamos ao longo de nossa existência, ela iniciou seu trabalho como socorrista, sempre cumprindo com desvelo as missões a ela atribuídas. 
   Depois já de muito tempo, foi transferida àquele hospital de dementados e suicidas, logo tomou conhecimento sobre a condição daquele que seria seu "malfeitor", teve permissão para ver o abismo trevoso  onde se encontrava, ao ver o estado miserável em que aquele ser sucumbiu, pediu permissão para que pudesse ajuda-lo a enxergar algo mais do que aquela terrível escuridão que o absorvia.
   Ele ainda não sabia, mais ela não era responsável apenas pelo tratamento diário, pelo alívio das dores monstruosas que sentia quando chegou ali, era ela a responsável pela chegada dele ali, quando resolveu oferecer-lhe ajuda, estendendo-lhe a mão, para tira-lo do abismo através do perdão, a absolvição pelo amor puro e verdadeiro.
   Durante muito tempo, o maior desejo de nosso irmão foi pedir perdão àquela jovem, e o que ele nem imaginava é que foi exatamente o  perdão e o amor desprendido por ela que o trouxe até ali que o ajudou a enxergar a luz na escuridão.
   O amor que ele traduzia em si até aquele momento, ou aquilo que acreditou ser amor, o levou à escuridão profunda.
   Mas foi o verdadeiro amor, o amor abnegado, sem interesse nem posse; 
   O amor do perdão que o regatou das trevas.

Meus agradecimentos à mentora:
Vera Lúcia Pimentel                  
                 

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