sábado, 1 de fevereiro de 2014

Náufrago ' parte 3 '



    Esse nosso amigo náufrago da alma, se perdeu nas águas do mar, as ondas o levaram, se afastou muito do grupo a que pertencia, não houve tempo para salvamento, levou apenas algumas horas para que encontrassem seu corpo físico, inerte, sem vida, sobre as águas, foi resgatado e sepultado, era jovem ainda, todos os familiares e amigos sofreram e choraram a dor da perda daquele que no auge de seus sonhos, projetos, com todo vigor da juventude tivera sua vida  tragada pela força das águas do mar.
    Lamentaram, mais seguiram o curso de suas vidas pois também tinham cada um seus projetos de vida. 
    Sua mãe que por muitas vezes o convidou a acompanha-la em uma daquelas reuniões na qual participava em um segmento religioso espiritual terreno, convite sempre recusado por ele que alegava não ter tempo para essas bobagens. 
    Bem, sua mãe fazia preces e mais preces em seu favor, sabia através de sua intuição e percepção espiritual que o filho não encontrara descanso com a partida e não descansou com seus pedidos para que seu filho tão querido encontrasse um caminho. 
    Seus pedidos chegavam ao destino, e várias foram as tentativas de resgatar aquele ser desencarnado, que estava insanamente preso à matéria, que não conseguia nem mesmo perceber nossa presença.
    As preces feitas eram direcionadas aos trabalhadores, socorristas  no mundo astral, os pedidos era para que socorressem, ajudassem e guiassem aquele seu filho, seus pedidos eram sempre atendidos, por diversas vezes caravanas de socorro saíram em busca daquele filho, que ainda não queria enxergar, que ainda se recusava a ser ajudado.
    No espaço religioso espiritual, que frequentava aquela senhora foi orientada pelos dirigentes a direcionar suas preces com seus pedidos, não mais aos trabalhadores, mas àquele que precisava daquela prece pedir a ele que aceitasse ajuda, o socorro que chegaria, e foi essa prece carregada de amor que penetrou aquele ser e o fizera enxergar aqueles raios de luz que seria sua “ tábua de salvação" o transporte que o traria de volta a si. 
    Agora já sabia de tudo, sua mãe já trazia idade avançada e não desistiu um dia sequer de fazer prece àquele filho, mesmo sem saber com precisão o que estava acontecendo, sabia apenas que ele não estava bem, nem imaginava que permaneceu todos aqueles anos preso ao mesmo lugar do desencarne, o mar com suas águas geladas, de onde apenas o corpo foi retirado e o espírito permaneceu se rebelando contra a natureza, tomado pela cegueira do ego que o dominava...

CONTINUA...





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