sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Rebeldia Um conto... 'parte 1'

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   É cedo, acordo assustado, ouço estampido em meus ouvidos, é ensurdecedor, levanto às pressas corro ainda meio atordoado, abro a porta de meu quarto e a cena que vejo, me deixa prostrado, jogados ao chão dois corpos deitados.
   Muito se amaram em vida, agora morriam entrelaçados.
   No corredor eu vi a cena, apareceu um cidadão, ele estava agitado, e tinha uma arma na mão.
   Assustado permaneci, pensei que fosse um ladrão, até ouvir aquele homem gritar: “ estou lavando minha alma! Acabou ”.
   O descontrole era evidente, tiros ele ainda disparava, os gritos e a correria dos hóspedes daquela pensão, mostravam que a tragédia ainda não terminara.
   Vi com as pernas bambas, e os olhos turvos, aquele homem provar o sabor, de uma bala que saiu da arma que ele próprio empunhava.
   Depois disso adormeci, o tempo passou sem que eu pudesse perceber, e quando acordei ainda estava ali, assistindo a mesma cena, tantas vezes a se repetir.
   Acordava e dormia sempre da mesma maneira, estagnado aceitei aquela cena rotineira.
   Até que ao acordar novamente, depois de muito tempo, algo estava diferente, não eram dois corpos no chão era um corpo somente.
   E aquele homem continuava, esbravejando sua fúria, repetindo o tempo todo, o excesso de sua loucura.
   Prostrado permaneci, plasmado naquele lugar, preso naquela confusão não conseguia me soltar.
   E de novo ao acordar, algo me chamou a atenção, onde estava o outro corpo, não estava mais no chão.
   Alheio permaneci , preso apenas em mim, dormia e acordava, assistindo o mesmo fim.
   E o louco que esbravejava, um dia caiu prostrado, inerte permaneceu, amargando contínuo pranto, de sua cabeça pude ver , muito sangue escorria, mas o grande choque foi descobrir, que a bala que o perfurou, só veio depois da minha.
   Levei minhas mãos em meu peito, e molhadas estavam minhas mãos!
   E vermelho era o fluido que escorria até o chão.
   A fúria agora era minha, a loucura tomou conta de mim, queria a todo custo, enfrentar a quem me atingiu, antes furioso, agora inerte sofria mas seu sofrimento não me comovia, por que não se levantava e eu o mataria.
   E assim tudo se repetia, porém envolto em ódio agora eu não mais dormia, vivia continuamente, a força da rebeldia, parado com as mãos no peito, amargando minha agonia...


CONTINUA...
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